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18 de maio de 2022

Entorse de Tornozelo – Guia Completo

Tudo que você precisa saber sobre a entorse de tornozelo: sintomas, diagnóstico, tratamento, cirurgias, possíveis complicações e como prevenir.

O que é a Entorse de Tornozelo?

Uma entorse de tornozelo é um dos tipos de lesão ligamentar, ou seja, lesão dos ligamentos, mais comuns na população ativa que ocorre, normalmente, após uma torção no tornozelo, a entorse é uma ação violenta que causa o estiramento ou ruptura de ligamentos de uma articulação.

Os ligamentos do tornozelo são estruturas elásticas que permitem manter a articulação em sua posição correta. A entorse de tornozelo geralmente envolve a lesão dos ligamentos laterais (do lado externo do tornozelo), e ocorre, como já dito, com maior frequência em atletas durante as atividades físicas.

A estrutura óssea e o mecanismo de sustentação composto por três principais ligamentos (talo fibular anterior, talo fibular posterior e talo-calcâneo) são responsáveis pela estabilidade lateral do tornozelo.

Entorse de Tornozelo

Graus da Entorse de Tornozelo

Uma entorse de tornozelo pode variar de Grau I a Grau III, dependendo da gravidade do dano sofrido pelo ligamento e de quantos ligamentos foram danificados. Em uma entorse grau I ocorre dor e edema (inchaço), porém, geralmente sente-se estável e pode-se até caminhar, porém, com um pouco de dor. Uma entorse grau II pode incluir contusões e sensibilidade ao redor do tornozelo, doloroso ao caminhar.

Já em uma entorse Grau III, a mais grave, o tornozelo é instável e pode parecer “bamboleante”. Neste grau de lesão o paciente não consegue andar, pois o tornozelo está instável e pode ser muito doloroso.

O médico, após exame, irá determinar o grau da sua entorse que lhe possibilitará planejar o tratamento. Após avaliar a área afetada e dividir a lesão em três tipos:

  • Grau 1 – Estiramento ligamentar;
  • Grau 2 – Lesão ligamentar parcial;
  • Grau 3 – Lesão ligamentar total.
Graus da Entorse de Tornozelo

Entorse de Tornozelo – Sinais e Sintomas

O quadro clínico na maioria das entorses é dor, edema, hematoma no local decorrente do vazamento interno do sangue (equimose) e a dificuldade de caminhar ou fazer movimentos laterais com o pé.

Quanto mais severa a entorse, mais evidente ficam estes sinais, podendo até ouvir e/ou sentir algo “a rasgar” junto com um estalinho. A dor é imediata e forte logo após a lesão, irá conseguir caminhar ou mesmo exercer força no pé.

O tempo de recuperação da lesão depende da gravidade da entorse, na maioria das vezes a lesão é de menor intensidade (grau I), o incômodo e dores duram entre 2 a 3 dias. Já uma entorse mais grave (grau II ou III) pode ultrapassar duas semanas até meses de recuperação dependendo do tratamento instituído.

Entorse de Tornozelo – Exames Complementares

O médico ortopedista através da história contada pelo paciente, do exame médico e recorrendo a possíveis exames complementares chegará a um diagnóstico.

O ortopedista poderá solicitar exames para ter a certeza que não existem fraturas ósseas no tornozelo ou pé e avaliar a extensão das lesões ligamentares. Normalmente os exames realizados são o raio-X, raio-X de stress, ressonância magnética e a ecografia (ultrassom).

Entorse de Tornozelo – Tratamento

Após avaliada a gravidade da lesão, será definido o tratamento. O mais frequente é a entorse de grau I, que poderá ser tratada em casa após o diagnóstico e a orientação médica.

Em uma lesão de grau I, você deverá ter repouso, fazer a aplicação de gelo para auxiliar a redução do edema (use um pano fino entre a bolsa térmica e a pele, não ultrapassar os 20 minutos por sessão para evitar uma ulceração causada pelo frio). Compressão para controle do edema que poderá ser feito através de uma ligadura ou meia elástica (o seu ortopedista te ensinará a realizar) e por final, também ajudará, manter a perna elevada acima da linha de cintura. Pode deitar-se e colocar o pé sobre umas almofadas para ficar mais alto.

Para o grau II, deve seguir as mesmas orientações do grau I, sendo que dando mais tempo para a recuperação. Talvez, pela dificuldade de caminhar, o médico pode recomendar o uso de muletas.

Já no grau III, o mais grave, coloca-se em risco a estabilidade permanente do tornozelo. Para a entorse grave de tornozelo o médico pode realizar a imobilização gessada ou uma “bota walker” para permitir maior estabilidade e recuperação do tornozelo.

Os medicamentos anti-inflamatórios podem ajudar a aliviar a dor e reduzir o edema independente da gravidade da entorse e complementar o tratamento prescrito pelo ortopedista. Algumas entorses podem necessitar de um tratamento de fisioterapia após o tratamento indicado anteriormente, por isso é importante o acompanhamento médico especializado.

Entorse de Tornozelo – Instabilidade Crônica

Cerca de 15 a 20% das entorses de tornozelo podem evoluir para quadro mais complicado, dentre elas a instabilidade ligamentar crônica. Estas lesões podem ser tratadas por fisioterapia, ou nos casos mais complexos, por procedimento cirúrgico.

Entorse de Tornozelo – Cirurgia

A necessidade de cirurgia para o tratamento da entorse do tornozelo é pouco frequente. A cirurgia é indicada para lesões que não responderam ao tratamento médico e para pacientes que sofrem instabilidade persistente no tornozelo após meses de reabilitação.

Atualmente, as cirurgias são minimamente invasivas e realizadas por técnicas de artroscopia.  Há um período de imobilização após a cirurgia, onde o médico pode aplicar gesso ou uma ortótese (bota protetora) para preservar o ligamento reparado ou reconstruído.

Como Prevenir a Entorse de Tornozelo?

Mesmo algumas vezes sendo inevitável de prevenir a entorse devido à prática esportiva, a falta de avaliação prévia de um terreno acidentado, entre outros fatores, há um conjunto de medidas que você pode realizar para mitigar os riscos de uma lesão:

  • Fazer aquecimento antes do exercício;
  • Realizar exercícios de fortalecimento muscular antes de praticar qualquer esporte;
  • Desacelerar ou interromper atividades quando se sente cansado;
  • Usar calçado resistente e de qualidade;
  • Evitar o uso de sapatos de salto alto;
  • Prestar atenção às superfícies em que caminha.

Referências:

1. www.sbot.org.br

2. http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302009000500008